De acordo com a gestão, até o momento já foram doadas 20 canoas, todas custeadas com recursps próprios
Uma remessa de dez outros pescadores receberam da Secretaria de Pesca do Governo Municipal de Banabuiú uma nova canoa para que possam continuar a exercer com melhores condições a profissão. A entrega foi realizada à beira do açude Arrojado Lisboa, no final de junho. A iniciativa é custeada com recursos próprios e objetiva qualificar o ofício da pesca em Banabuiú.
Até agora um total de 20 pescadores já foram contemplados com novas canoas. Além dos dez que receberam agora, outros dez pescadores já tinham sido beneficiados com o barco para pesca no ano de 2019, em solenidade realizada no Cras da Vila Brasília. O projeto já investiu cerca de 27 mil reais e prevê que ao todo sejam doadas 60 canoas.
Elaborado pela Secretaria de Pesca sob a supervisão do então secretário de pesca, Miguel Brasileiro, a iniciativa contempla pescadores que comprovem, mediante levantamento de informações feitas pela equipe da Pasta, que trabalham unicamente com a pesca, devendo ela ser a única fonte de renda, e também que não tenham ainda canoa. "O barco é essencial para a pescaria, mas custa caro, cerca de R$ 1.500, o que dificulta ser adquirido pelas famílias tendo em vista que na grande maioria dos casos, são famílias que vivem uma condição financeira difícil e o lucro da pesca é pequeno", explicou MIguel, à época.
Na cidade que tem o terceiro maior açude do Ceará, a pesca, além de ser atividade cultural e histórica, é também meio de sobrevivência. De acordo com a Secretaria a estimativa é que cerca de 150 famílias tirem da venda dos peixes que retiram do açude, o único meio de sustento. Essas pessoas pouco ou quase nada receberam de incentivo em anos anteriores, o que terminou por gerar um quadro financeiro comprometedor.
O resultado foi que, em 2016, quando o Arrojdo Lisboa atingiu um de seus menores índices, muitos pescadores precisaram vender o instrumento de trabalho, para poder ter dinheiro e botar comida na mesa. Um verdadeiro dilema: era passar fome, ou vender a canoa para poder sobreviver, drama que cortou o coração de quem tinha na canoa o único bem material de valor, e que indeciso a venderem ou não o barco, terminavam naquele ano, por deixar os filhos dormirem até mais tarde, para que não acordassem e pedissem o que comer.
Com o benefício garantido pela Secretaria de Pesca esse cenário mudou e muito. "é coisa demais, porque agora na dificuldade do jeito que tá, pra conseguir uma canoa dessa, não é muito fácil não, por isso eu agradeço demais, e chegou na hora certa porque traz uma ajuda grande, o pescador que não agradecer é porque não tem coração", disse o pescador Raimundo Nonato. Já Adriana Girão reflete que tira da pesca o próprio sustento, e vê o benefício como uma grande conquista. "Pra mim é de grande importância porque é meu instrumento de trabalho para ganhar meu pão de cada dia, é através disso dai que eu vou viver a minha vida. É um ganho bem vindo porque com ela eu trago renda para a minha casa".